HISTÓRIA
Quando neva em Trás-os-Montes, os rapazes entretêm-se a fazer boloiros. Sobem a uma encosta declivosa. Formam uma bola de neve. E empurram-na, sem grande esforço, ladeira abaixo. E a bola vai apanhando a neve que encontra no caminho. Pouco a pouco, transforma-se em boloiro. E ali fica, no largo da aldeia, para admiração de quem passa.
Assim se realizou o acervo do Museu de Vila Real. A pequena bola fez-se com nove moedas romanas compradas a três crianças e com um machado neolítico oferecido por um colega.
Vieram moedas de toda a província, aos milhares: vários quilos de folles do Castro das Curvas, de Cadaval, de São Caetano e de Paredes de Alvão; 750 antoninianos do Reguengo, 120 denários de Mosteirô, 18 quilos de folles de Vila Marim, 3840 antoninianos de Santulhão, 30 quilos de folles de Émeres; e muitas outras moedas, cujo âmbito cronológico balizámos entre o século V a.C. e o século VIII d.C. Formou-se a colecção de Numismática.
Deram-nos as aras de Três Minas, entregaram-nos o espólio das antas do Alvão e do Castelo do Pontido, adquirimos a arqueologia de Vila Marim e do Padre Plácido, confiaram-nos as colecções da Família Borges e da Família Taveira, bem como as colunas romanas de Vale de Telhas e de Sabroso. Outras peças fomos juntando. E conseguiu-se a colecção de Arqueologia.
Estas colecções foram a causa. A Câmara Municipal foi o agente. O Museu é o efeito.
João Parente, 1995.
Com este texto apresentava-se o Museu de Vila Real ao visitante, em 1997. E o mesmo acompanha agora a sua entrada, de novo, através desta Página Web.
O Museu de Arqueologia e Numismática de Vila Real (MANVR) é um museu de carácter regional, uma vez que esse é o âmbito do acervo que o compõe. Como objectivo primordial, o Museu não pode deixar de ser um ponto de partida de conhecimento e interpretação da região em que se insere, região essa muito rica em vestígios patrimoniais e com uma já longa tradição no domínio da investigação arqueológica. Partiu-se do princípio, aquando da concepção do projecto museológico, que há todo um manancial de sítios, de informação com eles relacionada e de espólio que impõe proteger, valorizar, contextualizar e divulgar, para que a população possa olhar para o seu património como uma mais-valia e como factor de reconhecimento de uma identidade própria. Definiu-se ainda que a actuação do museu teria como objectivos principais a extensão cultural (através da promoção de actividades de divulgação e fruição cultural, dirigidas a todos os públicos mas especialmente para o das escolas), a inventariação e o acervo do património a si confiado e o apoio à investigação, facultando o acesso às suas colecções para estudo, desde que asseguradas as condições de segurança para o espólio.
O MANVR dá a conhecer ao visitante a Exposição Permanente de Numismática e a Exposição Permanente de Arqueologia, disponibilizando ainda um Serviço Educativo, que complementa não só a visita às referidas exposições como a actividade da Área de Exposições Temporárias. Está ainda disponível ao público em geral o Centro de Documentação, que inclui obras nas áreas da história local, arqueologia e Numismática, entre outras.
O MANVR está instalado num belo edifício setecentista, que sofreu diversas ocupações ao longo do tempo. Após um período em que a ruína esteve iminente foi promovida a sua recuperação com o objectivo concreto de aí se instalar o MANVR. Para conhecer melhor a história da Casa do Caminho de Baixo clique aqui.
Depois da visita virtual, esperamos por si no Museu!